Canal Energia - Abril | 2018
Corroborando a progressão cada vez maior do mercado livre de energia como forma potencial de economia, um levantamento realizado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia registrou crescimento de 17% no segmento durante o ano passado, com a entrada de 1.700 novos consumidores livres e um faturamento de R$ 110 bilhões. O estudo ainda apontou um valor transacionado de 80 GW médios e um giro de 4,4 vezes dos contratos.
De acordo com os dados da Abraceel, os comercializadores representaram 50% desse volume, com um aumento de 40%. Um ponto a se destacar é o Ambiente de Comercialização Livre (ACL) como grande propulsor das fontes renováveis no país, com cerca de 30% de toda a energia sendo comercializada pelo mercado livre veio de usinas eólicas, solares, de biomassa e pequenas centrais hidrelétricas. “Nosso segmento é fundamental para garantir a competitividade e sustentabilidade do setor produtivo”, afirmou Reginaldo Medeiros, presidente da Abraceel.
Nenhum dos segmentos da economia registrou retração no consumo de energia elétrica no ACL em 2017. Os grandes destaques em crescimento foram dos setores de Comércio, com 63,3%, de Serviços, 39,1%, e Saneamento e de Alimentos, com 32,4% e 38,1% respectivamente. “Precisamos agora levar o benefício do mercado livre a um número maior de empresas, aprovando a reforma setorial em tramitação no Congresso Nacional”, avaliou o presidente da associação.
Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.
O mecanismo tarifário eleva o custo da eletricidade em momentos de escassez de geração no sistema, quando são acionadas as bandeiras amarela ou vermelha. Segundo a Aneel, a bandeira verde vista em janeiro continuará em vigor no próximo mês devido à "manutenção das condições favoráveis de geração hidrelétrica".
A Reuters publicou no início do mês que especialistas têm previsto a possibilidade de a bandeira tarifária seguir verde ao longo de todo o primeiro trimestre, em meio a um regime de chuvas positivo na região dos reservatórios hidrelétricos desde o final de 2017.